Cada ser humano é pleno de vida, é vida em si mesmo e nada lhe falta de verdade. No entanto aquilo que cada ser humano perceciona como sendo a sua vida fica muito aquém daquilo que é a vida de verdade. A perceção da realidade é uma ínfima parte da mesma e não a totalidade daquilo que é a sua essência.
O ser humano está em relação permanente com a vida e tem perante esta direitos e obrigações que são inerentes ao simples facto de existir, ninguém se pode excluir desta realidade. Normalmente o ser humano tende a olhar apenas para os seus direitos e alguns mais afoitos exigem bastante e cobram bem os seus direitos.
Contudo também existem as obrigações, que são de igual importância que os direitos, pretender exercer os direitos sem compensar com as devidas obrigações, é gerador de mais conflito e serve de alimento para essa ideia de separação. Uma ideia de que existe um eles e nós, onde cada um deve lutar pelos seus direitos, mesmo que à custa dos direitos dos outros.
Desde logo o direito principal é mesmo o direito à vida, o simples facto de existir é o maior tesouro que cada um pode possuir e no entanto é muitas vezes desvalorizado, pois é tido como um direito adquirido, mas quanto mais ciente dele estivermos mais abertos estamos a desfrutar em pleno e com gratidão desta experiência humana.
De igual forma a principal obrigação é viver a vida tal como ela é. A vida não é algo que nos aconteça e que por vezes nos agrada e noutras nos trata mal, mas sim é aquilo que nós somos. Não é possível separar aquilo que és da vida que és. Por isso é tua obrigação viver a vida plenamente, estando presente para aquilo que ela te dá, para aquilo que te dás.
O bom é que mesmo quando tentas rejeitar a vida, ela nunca te rejeita, porque não podes rejeitar aquilo que és, apenas podes rejeitar a ideia que crês sobre aquilo que és. Pois a tua essência, sendo perfeita como é, não pode ser menorizada, ou desvalorizada, faças o que faças.
A vida vai-te dando sinais que te ajudam a orientar ao longo desta experiência humana, e por isso mesmo, nada acontece por acaso, nada acontece por sorte ou azar. Podes não ter consciência das motivações por trás de cada ocorrência, mas quando olhas em perspectiva para a tua vida reparas como tudo faz sentido, como tudo encaixa na perfeição e acontece como tem de acontecer e no momento certo para acontecer.
Se passas por um momento difícil neste momento, é natural que isto possa fazer pouco sentido para ti e mesmo que te faça discordar veementemente do aqui escrito, no entanto nada muda a verdade daquilo que é. E é a verdade não porque eu o diga, mas sim porque é o que acontece e só acontece aquilo que já foi aprovado pela essência, de outro modo não ocorreria.
Temos ainda um conjunto imenso de direitos que cabem dentro do direito principal e que tem a ver com as circunstâncias de cada um e da sua condição de cidadão. Direitos esses que variam de acordo com a região onde nasças, aquilo que é dado por garantido por uns, não o é por outros, só pelo simples facto de nascerem num país diferente.
E aqui entra também as obrigações de cada um, nomeadamente de solidariedade para com o seu"irmão", para com o seu semelhante, se cada um de nós tratar o outro como gostaria de ser tratado, então as diferenças e a visão de separação uns dos outros, terminaria. Sendo possível desfrutar mais plenamente esta experiência humana.
Aquilo que te é pedido é que dês o teu melhor em cada momento, aproveita ao máximo aquilo que a vida te dá, procura ser grato e contribuir para o bem geral.
Mudando a tua atitude primeiro contigo próprio, amando aquilo que és, e depois com o "resto" do mundo através da partilha do teu amor, verás como as mudanças que desejas acontecem, ainda que de um modo diferente do que esperavas, mas de certeza serão as melhores e mais adequadas para ti quando ocorrerem.
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