quinta-feira, 28 de junho de 2018

O segredo de uma vida simples



A vida tal como é, é perfeita, ela é simples porque nada mais necessita ser-lhe acrescentado. A vida é plena, ela prevalece sobre todas as coisas, ela é o inicio e o fim de todas as coisas. E você é isso, você é vida a ser vivida em cada momento, em cada situação.

A vida que é não conhece o bom e o mau, tudo é experiência a ser vivida em pleno. 

Já a ideia de si, essa personalidade que acredita ser, o ego, essa personalidade é limitada, ela é julgadora e projeta as suas sombras sobre a realidade em que vive e ela faz isso para não ter de lidar de frente com essa sombra, acreditando que se fizer de conta que ela não existe, ela desaparece e desse modo não terá de lidar com as consequências da mesma.

No entanto é exactamente o inverso que ocorre, é porque ignora a sua sombra que terá de enfrentar as consequências dos seus efeitos que são crescentes na medida em que procure esconder a sua existência, na medida em que procure esconder o medo que sente por saber que ela existe e as consequências que traz.

Por isso a solução é simplificar e simplificar significa olhar de frente para a sombra, para esse lado sombrio que existe em si e todos os seres humanos, todos sem excepção o possuem. A diferença reside na importância e preponderância que se dá a esse lado sombra. Quanto mais se procura ignorar que existe mais força lhe damos sobre a nossa realidade.

Se em vez de ignorar escolher a solução mais simples que é aceitar que ele existe e como tal deve reconhecê-lo, ouvir o que lhe tem a comunicar, aprender com ele e depois permitir que parta tal como surge. O lado sombra existe porque existe o lado de luz, um e outro andam lado a lado. São os contrastes que evidenciam a perfeição do existir, a perfeição do Ser.

A vida é feita do equilíbrio desses contrastes, são eles que permitem um maior desfrute do privilégio de viver esta experiência humana e com a garantia de que passe o que passe nada belisca a sua essência, nada altera a perfeição do seu ser.

Por isso a via de uma vida plena e satisfatória é a simplicidade. 

É a escolha do simples que lhe permite dar verdadeiro valor ao privilégio que é viver. A simplicidade mostra-lhe que o real valor não está nos bens materiais, que não tem de colocar a sua vida ao serviço da busca por essa riqueza material, mas sim que o real valor já existe na essência daquilo que você já é neste momento sendo como é.

Chamo a atenção que os bens materiais não são maus por si só, elas tem utilidade e pode almejar possuí-los, desde que não faça deles o seu propósito de vida, desde que não sejam eles o foco daquilo que faz em cada momento em detrimento daquilo que é real e essencial e isso é aquilo que sente, aquilo que existe em si e as suas relações com aqueles que fazem parte da sua realidade.

Nada acontece por acaso, ninguém surge por acaso na sua vida, todos trazem algo para si, para lhe ensinar e levam algo de si, algo que lhes ensina. E isso é simples, não exige que seja um génio ou que creia que seja pouco inteligente e sem nada para ensinar. Todos tem valor, todos tem direito de existir e não cabe a nenhum ser humano decidir o valor de outro para existir.

O segredo de uma vida simples é aceitar a vida como ela é em cada momento, sem esperar que ela seja outra coisa qualquer diferente daquilo que ela é, sem criar demasiadas expectativas que depois tendem a gerar frustração aquando da sua não concretização.

Uma vida simples passa por relembrar que apenas controlamos as nossas ideias e reações ao que percecionamos da vida e que indo dentro de nós encontraremos as respostas que procuramos e que de nada serve tentar mudar os outros, as suas ideias e comportamentos porque isso depende apenas deles decidir mudar ou não. Aquilo que podemos fazer é através das nossas ações e comportamentos ser um exemplo que eles possam seguir.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

O confronto com a realidade



A realidade é como é e nada podes fazer para mudar isso, aquilo que depende apenas de ti e de mais ninguém, é a forma como lidas com a realidade, é a forma como a percecionas. E é aqui que reside o quão feliz ou infeliz te irás sentir, o quão fácil ou difícil te parecerá a realidade que te é dada a viver.

Existem tantas realidades quanto o número de pessoas que existem, na verdade são versões limitadas da realidade e é isto que fará toda a diferença para ti, quanto mais ciente disto estiveres mais em fluxo com a vida estarás e mais simples se torna a tua realidade.

De nada serve entrares em confronto com os demais só porque vêem a realidade de modo diverso ao teu. É na defesa da sua  versão do que é a realidade que surgem os maiores confrontos da humanidade e também os mais pequenos. E como seria mais simples reconhecer que ninguém possui a noção da real dimensão da realidade e aquilo que para um é verdade pode ser diferente para um outro, sem que isso signifique que uma pessoa seja melhor que a outra por causa disso.

A regra base essencial é o respeito pela vida, o direito à vida e que a liberdade de cada um não implica diminuir a liberdade de outro. 

Havendo respeito, só temos a ganhar enquanto humanos tendo a abertura para ver a realidade de acordo com as diferentes perspectivas de outros seres humanos e no final poderemos ficar mais ricos, mais esclarecidos sobre o que gostamos mais ou menos, sem perder a liberdade de manter a nossa visão da realidade.

A realidade sendo como é abarca todas as versões , todas as diferentes perceções que os humanos criam sobre ela. Ninguém é excluído, ninguém fica de fora só porque tem uma visão da realidade que seja muito fora do que seja mais comummente aceite. 

Nada acontece por acaso, se acontece é perfeito que aconteça de outro modo não aconteceria e como tal de nada serve resistirmos contra aquilo que a realidade nos presenteia. 

Isso no entanto não implica que tenhamos de aceitar passivamente tudo o que acontece, apenas significa que se acontece existem motivos para que aconteça e que se tivermos a abertura para aprender com o que acontece, se tivermos abertura para reconhecer o que nos quer comunicar iremos elevar o nosso nível de consciência e desse modo mais em fluxo com a vida que somos.

E por vezes resistir ao que acontece é aquilo que é suposto que façamos e é assim para que possamos ir ao encontro daquilo que existe em nós, para que possamos relembrar o quão forte já somos e não sabíamos que éramos até a realidade nos fazer relembrar isso mesmo.

Sempre que escolheres entrar em guerra com a realidade, com aquilo que é, fica preparado para perder em cem por cento das vezes, porque nada pode mudar aquilo que é. Aquilo que podes mudar sempre que quiseres é a tua interpretação da realidade. 

É a tua versão da realidade que pode ser modificada e não a realidade.



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