segunda-feira, 31 de outubro de 2016

A vida tem sempre razão


A vida tem sempre razão, ela nunca se engana, nela tudo ocorre como deve de ocorrer e no momento certo para ocorrer. Isso não significa que, na tua perceção do que acontece na tua vida e no que acontece na vida em geral e chega ao teu conhecimento, concordes com tudo o que acontece, que vejas que acontece o que deve de acontecer. 

Por vezes é difícil aceitar aquilo que acontece na tua realidade, próxima ou afastada, pois há situações que acontecendo não fazem sentido para ti, nomeadamente o sofrimento do outro, tal como o teu, principalmente quando acontece em crianças de tenra idade. E é assim porque não possuímos a visão do todo. 

Há pessoas que pelo sofrimento que tem de experienciar servem de exemplo para outros, servem como choque que desperta consciências. E desse modo mudam vidas, mudam realidades, levando a que as pessoas despertem da ilusão, que procurem respostas que as façam relembrar quem são de verdade em essência.

Os maiores problemas que enfrentamos na nossa experiência humana resulta da resistência àquilo que é, a não aceitação da realidade e a tentativa de forçar que seja diferente daquilo que é e nesse processo o desgaste energético é brutal, sem que os resultados finais sejam diferentes daquilo que já são. Pois a realidade ganha sempre, não há como mudar aquilo que é. 

No entanto aquilo que é não é aquilo que pensas que é. Enquanto humanos não possuímos a capacidade para abarcar a plenitude do todo, para compreender o todo tal como é e como não possuímos essa informação julgamos os pedaços que conseguimos percecionar como se tivéssemos a informação toda, a sabedoria plena.

É normal que o ser humano faça julgamentos daquilo que perceciona, no entanto quanto mais apegado a esses julgamentos estiver, maior o potencial de sofrer por causa dos mesmos. Logo a solução não passa por se culpar pelos julgamentos que faz, e procurar evitar julgar, porque isso será quase impossível ao ser humano, mas sim, passa a solução por deixar de se apegar a esses julgamentos.

Procure ter mente aberta para ver a realidade através de outros pontos de vista e isso não implica desistir do seu ponto de vista, mas sim permitir-se ver de sob diversos ângulos. Resultando daí um ganho para si e não uma perda, pois acrescenta ao seu julgamento o de diferentes pessoas, que poderá servir de complemento ao seu, ou então confirmar a validade do seu. 

Depois de se permitir os diversos pontos de vista pode concluir que para si o seu continua a fazer mais sentido, mas pelo menos teve a oportunidade de enriquecer o seu conhecimento, de ampliar a sua visão do mundo e a empatia para com os outros.

De uma forma ou de outra nada disso altera o facto de que a vida tem sempre razão e não a precisa de impor para que assim seja, ela é como é e não necessita de validação de outrem para que assim seja. A boa notícia é que tu és vida, em toda a sua plenitude. E quanto menos guerra fizeres à tua realidade mais ciente disso ficas, mais em fluxo com a vida que és em essência estás e mais fluída fica a tua realidade.

Tu tens o poder de escolher simplificar ou complicar a tua relação com a vida e isso ninguém te pode negar. Sendo como é a realidade ela é perfeita, já a tua perceção da mesma pode complicar o que é simples, mas apenas na tua perceção, pois a vida continua sendo como é.

Significa isso que terás de aceitar o sofrimento que vês ao teu redor com indiferença e que não terás de sofrer mais? A resposta é não, continuarás a sofrer com aquilo que te desgosta, com aquilo que te magoa, pois é parte desta experiência humana que é feita de contrastes, sendo isso que te permite vivenciar o que tens de vivenciar e valorizar o que tens de valorizar.

A única diferença está no quão apegado estás ao que acontece e o quão identificado estás ao sofrimento ou alegria que experiencias. Estando mais ciente da tua essência sabes que nada altera aquilo que és de verdade e desse modo ficas mais liberto para experienciar em pleno aquilo que a vida te dá a experienciar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

É a vida e basta



A vida é plena como é, nada lhe falta, nada a pode negar. E tu és vida, em toda a sua plenitude, assim sendo, és suficiente assim como és. Mais do que suficiente, tu és perfeita apenas não tens consciência do quão perfeita já és. E é natural que assim seja, faz parte desta experiência humana, para melhor desfrutar das aprendizagens que receberás.

A questão só se complica, do teu ponto de vista, quando resistes à tua realidade, quando a negas, na totalidade ou partes dela, desejando que sejam diferentes do que são. Ou mesmo quando procuras fazer de conta que não existem, ou que não aconteceram, como se isso fizesse com que desaparecessem da tua vida.

No entanto aquilo a que resistes persiste e ganha poder sobre ti, quanto maior a resistência maior o poder que lhe concedes sobre ti e mais condiciona a tua realidade. Criando desse modo situações que julgarás como problemáticas, e que na verdade são apenas um reflexo da tua resistência e não aceitação daquilo que é como é.

As coisas são como são, a vida é como é, aquilo que varia é a relação que te permites criar com aquilo que é, com aquilo que és. A tua vida será tanto mais difícil quanto maiores forem as tuas resistências àquilo que é.

Salvaguardo que aceitação não implica resignação, um aceitar sem questionamento e sem reflexão. O aceitar implica reconhecer a realidade como ela é, com tudo aquilo que nos agrada e desagrada enquanto humanos, porque de facto assim é. A experiência humana é feita desses contrastes entre aquilo que consideraremos como bom e mau. 

É porque existem contrastes que poderemos valorizar o que gostamos em face daquilo que não gostamos, mas ao valorizar devidamente o que não gostamos isso torna-nos mais conscientes e melhor preparados para apreciar de facto a plenitude da vida.

Pois a vida não faz distinção, a vida não rejeita nada, nem ninguém, tudo e todos são relevantes, todos tem o seu lugar e papel a desempenhar, contribuindo desse modo para o equilíbrio perfeito do todo. Enquanto humanos não possuímos a visão do todo e o porquê de termos de passar por determinadas experiências. 

No entanto são essas experiências, que por vezes mais rejeitamos, que mais nos aproximam daquilo que é a verdade em nós, que mais nos ensinam sobre a nossa verdadeira natureza e essência. Assim em vez de rejeitar abraça o que a vida te dá, porque se acontece já foi aceite pela tua essência e possuis os recursos e arcaboiço para lidar com tais situações, por muito difíceis que pareçam à partida.

A vida é basta e basta por si própria. E tu és essa vida, logo isso basta. Tendo essa consciência a paz que desejas faz-se notar em ti. Experimenta, sente por ti.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Só por agora




Esta frase " só por agora" pode ser um espécie de mantra que te ajuda a relembrar o que é essencial, que te ajuda a recentrar a tua atenção em vez de te perderes nos meandros dos teus pensamentos.

Só por agora aceita aquilo que é como é

Quanto te permites aceitar aquilo que é como é, ainda que momentaneamente, começas a descobrir que és muito mais do que pensas ser, que és mais do que os pensamentos que ocorrem em ti. Isso permite-te elevar o teu nível de consciência ao teu ritmo, à medida que fores estando preparada para lidar como isso. Aceitar aquilo que é permite-te alargar horizontes para lá da tua perceção, para lá dos teus julgamentos, pois existem tantas realidades quanto o número de pessoas que existem.

Só por agora escolho ver a paz em vez disso

Esta frase pode ser relevante quando estiveres perante situações conflituosas, perante situações que mexem contigo, que te tiram do sério. Esta frase ajuda-te a criar espaço na tua atenção para novas perspectivas sobre esses acontecimentos levando a que deixes de te precipitar e com isso a cometer mais erros. Ao escolher a paz escolhes conhecer as soluções em vez de escolher ampliar os problemas. Desfocas a tua atenção do que te diminui e escolhes alargar horizontes.

Só por agora permito-me estar grato

Quanto mais te permites agradecer o quanto já tens em vez de te focares no quanto não tens, mais conectada com a essência do que és estás, mais conectada com a vida estás e desse modo mais em fluxo estás. Estando em fluxo as complicações perdem força e tudo fica mais simples, o que não significa que seja mais fácil, o que muda de verdade é a tua relação com essas complicações, a tua atitude perante as dificuldades.

Só por agora eu escolho amar aquilo que sou

É o amor próprio que te permite encontrar o verdadeiro amor, enquanto acreditares que o amor habita fora de ti, isso significa que te sentes incompleto, que necessitas de outrem que te complete e isso enfraquece a tua experiência humana, faz-te acreditar que tens menos valor do que tens de facto e faz-te procurar fora de ti quem valide o teu valor, quem te faça sentir como merecedora de apreço. Torna-te dependente da opinião alheia. Ao escolher amar- te como és, estás a empoderar-te , estás a reforçar a consciência que tu és o causador das ocorrências na tua realidade e não o efeito das escolhas de outros.

Só por agora escolho cuidar de mim

A única pessoa que podes cuidar de verdade és tu própria, as outras pessoas só as poderás ajudar a ajudarem-se a elas mesmas, não as podes mudar, nem sequer achar que o podes fazer, porque tu podes pensar que elas necessitam de mudar, mas a opinião delas pode ser diferente ou então ainda não é o momento certo para que elas mudem, pois podem ainda ter que aprender determinadas coisas antes de mudarem, se for esse o caso. Pois a mudança que julgas ser necessária pode não ser e pode acontecer que apenas a tua perceção não seja a melhor da situação da pessoa em concreto porque não possuis a visão do todo. No entanto cuidando de ti os outros podem seguir o exemplo que dás e serem compelidas a fazerem o mesmo por elas próprias.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

4 Boas razões para seres mais feliz





Ser feliz é um dos maiores, senão o maior, desejo de cada ser humano, no entanto quando falamos de felicidade não falamos todos da mesma coisa. A noção de felicidade varia de pessoa para pessoa e aquilo que para uns é suficiente para ser feliz, para outros nem sequer se aproxima do seu conceito de felicidade. E é assim porque na verdade esta felicidade, seja em que concepção for, ela é ilusória, ela é condicional porque de facto não podemos obter mais daquilo que já temos em abundância, daquilo que nos constitui. Assim deixo-te de seguida quatro razões para seres mais feliz.

1 Sê mais feliz porque já o és.

Esta é uma boa razão para seres mais feliz porque de facto já o és, a tua essência é feliz e nada pode alterar isso, o que pode acontecer é que do ponto de vista da tua perceção do que és, da tua perceção da felicidade não tens isso presente em ti, não tens consciência do que és de verdade e crês ser alguém incompleto, que lhe falta esse algo mais e vais gastando a tua energia procurando fora de ti aquilo que já és, desvias a tua atenção desse modo e como estás "desatento" à tua essência ficas "infeliz". Esta infelicidade é o amor da tua essência chamando por ti para que olhes dentro e descubras esse tesouro impreterível que és.

2 Notar nas pequenas coisas

As pequenas coisas do dia-a-dia que te passam despercebidas porque as dás por garantidas e no entanto elas são uma fonte eterna de felicidade, são reflexos dessa mesma felicidade, uma felicidade genuína e que brota do âmago do teu ser, da tua essência. Coisas simples como o ar que respiras, que te insufla de vida e que te permite vivenciar tudo o resto. Faz isso agora, faz uma inspiração lenta e profunda, sente o ar a entrar nas tua narinas a preencher os teus pulmões e depois repara como lentamente se esvai, se dirige ao exterior de ti. Repara apenas, sente.  Um outro exemplo é a comida que te alimenta, procura estar presente de verdade quando comes, sente a textura dos alimentos, o seu sabor, repara enquanto mastigas e depois quando deglutes, fica presente, observa. As pequenas coisas são o alimento da tua atenção à felicidade.

3 Tudo está bem

Quando tens consciência que tudo acontece como tem de acontecer e que nada do que ocorra, por muito mau julgues ser, pode beliscar o que quer que seja a tua essência, tornas ciente em ti que tudo está bem. Quanto mais te permites sentir que tudo está bem mais provas disso a vida te trará, pois a realidade em que vives é um espelho da tua realidade interna, daquilo que habita a tua pessoa. Quando algo de menos bom acontece em vez de te martirizares procura ver o que te quer comunicar, aquilo que te quer ensinar, porque se acontece é para o teu bem. Faz isso e verás como tudo fica mais simples, pois a vida é simples e perfeita tal como é, apenas a tua perceção da mesma a pode complicar. Ser simples não implica que seja fácil, ela é muitas vezes difícil e é assim para que evoluas, para que tenhas experiencias mais ricas ao encontro da essência do que és.

4 Não estás sozinha

Tu estás sempre acompanhada, mesmo que estejas no meio do deserto, estás acompanhada, podes de acordo com as tuas crenças dar um diferente nome a essa companhia, seja Deus, vida, universo, etc. Mas na realidade onde estiveres está contigo, está sempre disponível para te atender, para te orientar respeitando sempre a tua vontade e aquilo que faz parte do teu processo de aprendizagem. Nunca terás nada para lidar que não tenhas a capacidade para o fazer e é assim em todas as coisas, sem exceção. Para reparares nessa companhia fica atenta à tua intuição, ouve o teu coração, se estiveres recetiva a ouvir é isso que acontecerá. Sentindo essa companhia ficas mais feliz, mais aconchegada à vida em todas as suas formas e manifestações.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Será amor aquilo que sentes?





O amor é essencial à realidade humana, ele é o motor que impulsiona a avançar, a seguir em frente e ao mesmo tempo é o motivo de muitos conflitos, de muitas desavenças. E tudo passa pela noção de amor. Quando falamos de amor não falamos todos da mesma coisa. O amor de verdade é algo que não pode ser definido, a partir do momento em que se procura definir deixa de ser amor.

O amor essência, o amor puro é indefinível, daí que estes conceitos fiquem muito aquém do que é o amor, podemos no entanto fazer uma aproximação, podemos apontar na sua direção, o que nos leva ao autoconhecimento. Apenas através do autoconhecimento chegamos ao amor e isso é assim porque aquilo que somos em essência é amor.

Este amor que somos é independente, é incondicional, nada nem ninguém o pode limitar ou acrescentar. Aquilo que podemos fazer enquanto humanos é ir eliminando as barreiras que criamos em torno do que somos, em torno do amor que nos habita, que nos constitui e permitir-mo-nos simplesmente Ser.

Do ponto de vista da experiência humana podemos falar em amor romântico, aquele que é mais comummente associado à ideia de amor, mas essa ideia de amor é condicional. Esse amor romântico é dependente da outra metade, desde logo parte do princípio que é incompleto e necessita de uma outra parte que o complete. 

E nesse jogo entra a correlação de forças, pois as metades nem sempre são iguais, uma das metades por vezes é mais preponderante que a outra. O que distorce à partida o que a metade significa pois metade implica duas partes iguais, sendo que nos relacionamentos ainda que se fale em caras metade, sabemos que isso não se verifica.

Existe sempre uma relação de cobrança, onde por vezes uma das partes sente que dá mais do que recebe do outro e tende a cobrar isso mesmo. Este conceito de amor é julgador e na verdade não vê o outro como ele é, mas sim de acordo com os seus julgamentos, de acordo com os seus parâmetros de comportamento.

No inicio das relações a paixão mascara o amor, pois a paixão é intensa, é sugadora do tempo, da atenção e por isso ilusória face à realidade. Vê-se o outro sobre um prisma "cor-de-rosa", onde tudo é perfeito e tudo é simples. Mas é uma fase temporária e quando termina, porque termina, começa-se a vislumbrar a realidade do outro e que sendo humano possui defeitos.

Nesta fase os defeitos tornam-se muito visíveis e quando de facto existe espaço para o amor, esses defeitos são aceites, quando não existe esse espaço para o amor, esses defeitos ocupam esse espaço e das duas uma, termina a relação partindo-se para outra, ou existe uma acomodação, seja por medo de mudar ou falta de poder de o decidir, arrastando-se num relacionamento que nada acrescenta para lá da amargura. 

Quando há a consciência do amor verdadeiro, o amor essência que nos constitui, independentemente da realidade externa o amor está presente. Se o permitirmos ele orienta-nos ao melhor de nós em cada situação e veremos nos outros o seu melhor também. 

Pois a vida do ser humano é difícil, é feita de superação, é feita de dualidade, é nos contrastes que tomamos consciência do que somos, é pela superação das dificuldades que melhor desfrutamos do momentos bons. Para a essência do que somos não há dualidade, apenas o amor é real e tudo o resto é uma ilusão, um pedido de amor que será sempre atendido pela essência, nada é deixado de fora, nada é renegado, nisso reside a tua paz.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Não és tu, sou eu





A frase "não és tu, sou eu", é uma das justificações, ou desculpas, mais usadas para colocar o termo a um relacionamento, ainda que seja dita por forma a parecer que se assume a responsabilidade pelo "falhanço" da relação, aquilo que normalmente está subjacente é um "já não me serves mais, já não tens nada a acrescentar ao que eu necessitava de ti".

Isto porque a maioria dos seres humanos procura no relacionamento íntimo com o outro, que este o complete, que este lhe dê aquilo que ele acredita que lhe falta e quando aparenta que o outro não lho pode dar, ou já não o faz como inicialmente fazia, procura partir para outra relação em busca desse algo mais que crê que lhe falta.

Por ironia do destino, ou talvez não, a frase "não és tu, sou eu" é verdadeira na sua totalidade, não do modo como correntemente é usada, mas naquilo que essencialmente significa. De verdade a "culpa", melhor dito, a responsabilidade nunca é do outro, ainda que por vezes o pareça, mas sim de nós e apenas de nós.

A outra pessoa é um figurante na vida que somos, nós somos o realizador do filme da nossa experiência humana. A realidade é um espelho do nosso interior, da nossa realidade interna, tudo se passa primeiro dentro e depois reflete-se fora.

O que o outro faz é da sua responsabilidade, o que nós fazemos é da nossa responsabilidade. Por vezes elas coincidem no tempo e no espaço, mas não altera a responsabilidade de cada um. Nós somos vida em toda a sua plenitude, sem nós o mundo acaba. 

O nosso mundo acaba, pois este é resultado da nossa perceção do mesmo, da nossa interpretação do mesmo e não aquilo que ele é na verdade.

Por isso o "não és tu, sou eu" é real, cada um de nós é um mundo, as pessoas entram e saem da nossa vida, permanecendo nestas o tempo necessário para nos ensinar o que tem de nos ensinar sobre nós próprios e aprender o que tem de aprender sobre elas próprias.

Nada acontece por acaso, mesmo quando aparenta ser obra do acaso, o que quer que ocorra já foi aceite pela nossa essência e se acontece é para o nosso bem, é para nos relembrar quem somos em essência. 

E sim por vezes, mesmo tendo esta consciência, dá vontade de dizer que tanto "bem" não era necessário.

Tu és responsável pela tua experiência humana, a vida que és é simples e perfeita, assim como é. Cabe a ti complicá-la ou não, pois simples ela já é. E complicamos a vida através do julgamentos incessantes que fazemos sobre tudo e mais alguma coisa. Mesmo o que aparenta ser simples tendemos a rejeitar e a achar que tem de haver mais qualquer coisa, que nada pode ser tão bom e simples.

Tu escolhes simplificar, tal como tu complicaste, podes deixar de o fazer e aceitar a realidade como ela é. Se te parece simples, é porque é simples, não procures pelo algo mais. Toma atenção ao diálogo interno que acontece continuamente, repara nos pensamentos que pululam na tua mente.

Tu não és esses pensamentos, eles ocorrem em ti, na imensidão da tua essência, mas não te limitam a não ser que o permitas. E é através da tua identificação, do teu apego aos pensamentos que surgem que te vais limitando. Começa a notar nos espaços entre pensamentos. De inicio pode parecer um pouco difícil, mas com prática vai melhorando.

Abraça a vida e diz, sim sou eu. Eu sou vida, eu sou amor e perfeito assim como sou.


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Como lidar com a dor e acabar o sofrimento



As adversidades, aquilo que normalmente tens como problemas, são parte integrante da vida, são mesmo essenciais à tua realidade. É na superação dessas adversidades, desses desafios que a vida te coloca que te vais conhecendo melhor, que melhor poderás valorizar aquilo que normalmente te passa ao lado, que normalmente dás por adquirido.

A vida não te dá um desafio maior do que a tua capacidade de o suportar e superar.

Sim poderás sentir dor, ela é parte do teu leque de sentimentos, de sensações que podes experienciar e que apenas é possível de fazer nesta dimensão humana. A questão não está na dor em si, aquilo que na verdade mais te condiciona é o sofrimento. E este é opcional, ele depende apenas de ti, porque o sofrimento é a estória que te contas a ti próprio sobre as dores que vais tendo.

O sofrimento será tanto maior quanto a tua dedicação ao mesmo, quanto maior for a atenção que lhe dispensas e como és tu o criador desse sofrimento encarregas-te de encontrar as provas que o sustentam e alimentam, ainda que possa ocorrer de forma inconsciente, é assim que se processa.

A boa notícia é que tal como és o criador do sofrimento, tu possuis a capacidade de lhe dar um fim. E como fazes isso? Deixando de o alimentar, deixando de criar estórias sobre as dores que possam aflorar em ti e em vez disso, quando surgirem dores, porque elas irão surgir, são parte integrante de ser humano, quando elas surgirem permite-te tomar consciência dessa dor.

Como é a dor que sentes? De que forma essa dor se manifesta em ti? Onde se faz mais notar, sentir no teu corpo?

E permite-te ainda dialogar com a dor, quando ela vem não acontece por acaso. Há uma razão, uma motivação que induz o surgimento dessa dor. Ao dialogar com ela saberás o porquê da sua existência, saberás o que ela te quer comunicar, o que ela tem para te ensinar.

Pergunta-lhe diretamente, o que me queres comunicar? O que me queres ensinar? E mostra-te disponível para ouvir, para a sentir e verás como se faz luz, como tudo ficará mais claro e perceptível para ti. 

O que normalmente acontece é precisamente o contrário, tendemos a rejeitar a dor, tendemos a evitar dar-lhe atenção, procuramos maquilhar a dor, seja como medicamentos ou distrações externas que nos alienem do que estamos a sentir, seja a bebida, seja sexo, seja outra qualquer dimensão de interesse pessoal que ocupe a tua atenção.

E no entanto o efeito que isso produz é uma sensação de alívio temporária, pois a dor volta com mais força, com mais intensidade até que aprendas o que tens de aprender, até que tornes ciente em ti aquilo que ela te quer comunicar. 

A dor é uma chamada de atenção da tua essência para que corrijas o caminho, para que relembres quem és e que nada deve de ser excluído, ainda que à primeira vista não seja tão agradável para ti. Porque se acontece é perfeito que aconteça, de nada serve fazer de conta que não existe, que não está lá.

O bom e o mau tem igual valor do ponto de vista da tua essência, nenhuma é melhor que a outra, apenas do ponto de vista humano existe essa valoração. Tudo é experiência, tudo é vida a diferença está no teu julgamento, na tua perceção. Aquilo que resistes ganha poder sobre ti, suga a tua atenção e energia, levando-te para longe do presente. O único momento real, o único momento onde vives plenamente.

Tu escolhes, tu decides onde colocas a tua atenção. Tu podes complicar ou simplificar. Seja qual for a tua escolha tudo está bem, tudo passará e a tua essência permanece inalterada e perfeita assim como é.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Nem sempre é bom



A essência do que somos é perfeita e simples, tal como é. No entanto isso não significa que ao longo da nossa experiência humana tudo seja fácil, tudo seja um "mar-de-rosas", o que isso significa é que passe o que passe, nada altera o que somos em essência. Sabendo isso, tendo essa consciência ficas livre para desfrutar da realidade tal como ela é.

Por vezes a nossa realidade é boa, prazenteira do nosso ponto de vista e noutros momentos ela é menos boa, é desconfortante e mesmo dolorosa.  É assim mesmo a experiência de ser humano, é nos contrastes que vamos lembrando quem somos de verdade, que vamos conhecendo facetas nossas que desconhecíamos possuir.

Aconteça o que acontecer, se acontece tens capacidade para o suportar e superar. O que quer que seja já foi aceite pela essência do que és, só não tens consciência disso, porque aquilo que és vai muito além dessa ideia de personalidade que crês ser.

No entanto nada do que aqui foi escrito necessita da tua aprovação ou crença para que seja real, ou para que possas desfrutar em pleno da tua vida. Esta consciência liberta peso na carga que tens de suportar, pode simplificar o teu caminho, mas ainda assim tu podes viver "bem" sem essa consciência e fazes isso estando presente de verdade para a tua vida tal como ela é.

Por vezes parece que tudo corre mal na tua vida, parece que o universo conspira contra ti, que as pessoas que te rodeiam não te querem bem, que são hostis contigo, não te sentes bem na sua companhia, sentes-te como que deslocada, como se não pertencesses ali. Tens uma vontade imensa de fugir, de ir para qualquer lugar afastado.

Na realidade tal de nada iria servir porque essa sensação seguiria contigo, mesmo que as pessoas ao teu redor fossem diferentes e num primeiro momento tudo parecesse diferente, mais cedo ou mais tarde essas sensações surgiriam porque elas emanam desde de dentro de ti.

Logo é indo dentro de ti, é mudando o lugar dentro de ti que permitirás que as mudanças que desejas possam acontecer. Desde logo o modo como te relacionas contigo própria, o modo como te percecionas e o teu lugar no mundo.

Tu és perfeita assim como és, e essas sensações de desconforto, de dor são chamamentos para que olhes de verdade para ti, para que te vejas como és de verdade e não essa versão limitada de ti, onde por vezes são gritantes os teus defeitos. Mas os defeitos só existem para realçar as tuas qualidades, para te fazer avançar ao encontro da tua essência de amor.

Essas pessoas que podes considerar como tóxicas, pois fazem-te sentir mal, são na verdade tuas "amigas", elas levam-te a agir, a relembrares quem és, a sair do piloto automático e tomar as rédeas da tua vida. E de seguida essas mesmas pessoas ou mudam de atitude contigo ou saem da tua vida pois nada mais tem a acrescentar, a ensinar-te e a aprender contigo.

Tendencialmente evitamos as sensações de desconforto, evitamos essas pessoas que não nos agradam, por vezes são pessoas que nos são próximas e ai fica mais difícil ignorá-las, mas a ideia não é fazer de conta que não existem, mas sim tomar consciência dos efeitos que produzem em nós, de que modo isso mexe connosco e de seguida escolher que importância lhes atribuímos na nossa vida.

Tu és o líder da tua vida, tu escolhes aquilo que merece a tua atenção e a vida que és, a essência do que és está sempre ai para te apoiar e guiar em cada momento. Nada do que aconteça te diminui, tu és poderosa. Abraça a vida por inteiro, desfruta de cada momento como ele é, o bom e o mau e vive. 
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