segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Época do Amor

O Natal é considerado por muitos uma época de amor, e nesta altura as pessoas como se deixam invadir por um sentimento de pertença e procuram estar mais benevolentes com o que se passa ao seu redor e ser mais solidárias.

Ainda que seja também para muitos uma época de consumismo desenfreado onde a voragem da compra tolda o pensamento das pessoas, que sentem como que uma obrigação de comprar um presente para oferecer àqueles que lhe dizem algo.E por vezes fazem essas compras por obrigação,com um sentido de dever e não com um sentido de vontade genuína,pensando na pessoa a quem vão oferecer.

E mais importante que oferecer uma prenda,mais um objeto para acrescentar aos muitos que já possuem, devia-se focar na pessoa a quem se vai dar.Começando essa dádiva por ver a pessoa como ela é,sem julgamentos,sem os filtros acusatórios e exigentes sobre aquilo que esperamos que o outro nos venha a dar.

Numa contabilidade de importâncias,onde aquele que dá a melhor prenda é porque gosta mais, do que aquele que deu uma mais fraquinha, ou que nem se deu ao trabalho de comprar alguma.E as melhores prendas normalmente são medidas pelo preço que custaram.

Será que os sentimentos tem um valor?

Terá o amor pelo outro um preço estabelecido?E que preço é esse?E quem estabelece o que é o preço adequado?

Porque o amor que vem com um preço é aquele que exige mais do outro,que cria demasiadas expectativas sobre o que deve ser o comportamento dos outros e está sempre em alerta para ver onde eles falham a corresponder essas expectativas para depois pedir satisfações à outra pessoa.

Quando na verdade somos todos um, a unicidade é o nosso estado natural.

Os outros são um reflexo daquilo que nós somos, e tudo o que somos é espelhado pelas pessoas que fazem parte da nossa vida.Sejam aquelas que gostamos, e estas são mais fáceis de aceitar,sejam as que são mais desagradáveis para nós e das quais costumamos julgar os seus comportamentos.

Tudo aquilo que desgostamos nos outros são aspetos nossos que viemos trabalhar e por isso devíamos agradecer a essas pessoas a oportunidade que nos presentam para tomar consciência desses aspectos que precisamos de trabalhar nesta experiência humana.

E no entanto a resposta a todas as nossas dúvidas é o amor,sempre que precisamos de orientação o amor está em nós para nos guiar, se assim o permitirmos, se assim nos disponibilizarmos para estar atentos e receptivos à sua orientação.

Pois na realidade nós somos amor e esse amor não se confina ao natal, esse amor é incondicional e é eterno está sempre presente esperando que lhe demos atenção e que o permitamos expressar na nossa realidade humana.Esse amor existe em nós para que possamos expandir-lo onde quer que vamos através da partilha.

É dando que ele cresce, como é infinito, por muito que possamos oferecer o nosso amor ele não se gasta nem desgasta.Aquele amor que se desgasta é aquele que é interesseiro,que é dado a contar com aquilo que se vai receber em troca.Este amor desgasta-se porque não é genuíno,não provém da essência.

O amor que provém da essência cresce exponencialmente cada vez que é partilhado e recebido por outros.

É um amor que agrega, que não julga, pois sabe que tudo aquilo que fazemos aos outros fazemos a nós próprios, pois o outro e eu somos um só.

O amor da essência liberta-nos de todas as ilusões criadas pelo medo,pois só o amor é real.E onde existe amor o medo não pode existir.O medo só pode ser criado por nós através da nossa crença que lhe dá vida e o alimenta,quando abdicamos de alimentar essas crenças ilusórias e nos entregamos ao amor que é a nossa essência, tudo o que é irreal deixa de existir.

Assim nesta época em que o amor e a partilha é lembrada e mais valorizada podemos aproveitar para que se estenda ao longo do tempo,pois na verdade o único tempo que existe é o presente, é o agora.E esse é o tempo do amor.

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