segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Preciso que me ames do meu jeito




Enquanto humanos encaramos o amor como uma necessidade, cremos precisar do amor para nos sentir completos e esse amor terá de nos ser dado por alguém que surge na nossa vida com essa missão. E fazemos mais, pois idealizamos de que forma deve de ser esse amor, que tipo de comportamento esperamos que essa pessoa tenha connosco, criamos expectativas que essa pessoa deve de cumprir para que esse amor seja completo, quando isso não acontece, então parte-se para outra pessoa em busca de alguém que cumpra esses ideais.

Essa forma de encarar o amor está condenada à frustração, ao insucesso, mesmo quando os relacionamentos continuam, pois desiste-se da ideia de amor e há uma entrega à rotina, acreditando que é assim que deve de ser.

O amor não pode ser encontrado, ele pode apenas ser reconhecido, pois o amor, o verdadeiro amor, aquele que é da essência, ele já existe em nós, ele é quem nós somos. Nós somos amor, logo não podemos completar algo que nunca esteve incompleto.

É através do autoconhecimento que descobrimos a plenitude do nosso ser, que relembramos que já somos tudo aquilo que julgávamos necessitar. 

Significa isto que somos autossuficientes? Que não necessitamos de mais ninguém na nossa vida? 

A resposta é não, o que esta consciência nos dá é uma maior liberdade para desfrutar da realidade como ela é, sem achar que somos colocados em causa pelo quer que aconteça nela. Esta consciência de que somos plenos tal como somos, permite-nos uma mudança de perspetiva, passando de uma relação de exigência do outro, procurando o que o outro nos pode dar. Para uma perspetiva de partilha com o outro, passamos a dar aquilo que somos, pois sabemos que sendo completos podemos dar o nosso amor e fazer com que cresça através dessa partilha.

Com esta nova perspetiva estaremos de corpo e alma em qualquer tipo de relação, procurando conhecer a outra pessoa pelo que ela é e não num exame constante para saber se nos dá aquilo que idealizamos que deveria nos dar. Quando deixamos de idealizar o papel dos outros ficamos livres para viver em pleno o papel principal na nossa vida, pois a nossa vida apenas nós a podemos viver, mais ninguém a pode viver por nós.

Assim e voltando ao titulo deste post, o preciso que me ames do meu jeito, só será verdade enquanto acreditarmos que somos seres limitados e que desse modo estaremos dependentes das vontades alheias, da sorte, para encontrar quem nos complete, quem nos traga a possibilidade de realização e quando isso não acontece, é porque tivemos azar, ou o universo conspira contra nós.

Seja qual for a tua situação atual, não importa isso também irá passar, já aquilo que és em essência permanece igual, não importando o que pensas sobre isso. Os pensamentos são complexos, já a vida é simples e tu és vida.

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