segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Viver a vida rejeitando a vida



A vida conhece múltiplas versões, tantas quantas as pessoas que as vivem, isto do ponto de vista humano, pois a vida não se limita aos seres humanos. E no entanto a vida é perfeita assim como é e cada uma dessas múltiplas versões. 

A realidade é que nem todos os seres humanos terão essa perceção da vida, como sendo perfeita, pelo contrário, há muitas pessoas que discordarão fortemente desta afirmação e algumas até levarão a mal tal frase, sentindo-se indignadas perante aquilo que acreditam ver à sua volta e que de perfeito, na sua opinião, nada tem.

A perfeição da vida nada tem a ver com a opinião individual dos humanos, nem com a perceção momentânea do que se passa na sua realidade.

Sendo perfeita a vida nada exclui, a vida não faz julgamentos de certo e errado. Esses julgamentos são uma faculdade dos humanos, que usam e abusam dessa faculdade, sendo ela mesma originadora daquilo que a maioria classifica como problemas. 

Os problemas resultam da diferença entre aquilo que julgámos que deve de ser a realidade, a vida e aquilo que ela é de facto, aquilo que ela é em si mesma. E quanto mais se resiste àquilo que é a realidade mais afastados estamos daquilo que somos em essência e mais problemática parece ser a nossa realidade. 

É nestes momentos que tudo de mau parece acontecer, pois as coisas quando correm mal, parecem que surgem umas atrás das outras, um mal nunca vem só. É esta a perceção que resulta dessa desconexão daquilo que é a vida, tal como ela é, momento a momento.

Essa desconexão é uma rejeição da vida como ela se presenteia a cada um de nós, achando nós que está mal, que deveria de ser diferente e que se assim fosse então sim, seriamos felizes. Tudo seria perfeito, só e apenas só, se tudo fosse como achamos que deveria de ser.

Mas a vida é muito mais do que pensamos que ela é, a vida é muito maior que o somatório dos nossos pensamentos sobre ela e no entanto a vida não rejeita os nossos pensamentos, apenas não lhes dá mais importância do que eles tem efectivamente.

Aquilo que enquanto humanos consideramos como sendo bom, como sendo benéfico, aceitamos plenamente e dai nada de errado surge. No entanto quando consideramos algo como sendo menos bom, como sendo errado, então tendemos a rejeitar, a evitar a todo custo ter de lidar com tais situações. como se não fossem igualmente importantes como as primeiras.

Porque o que quer que aconteça na realidade humana não é obra do acaso, se acontece é perfeito que aconteça e já foi aceite pela nossa essência, de outro modo não ocorreria. Aquilo que importa é a escolha que fazes perante tais situações que não te agradam, mas que no entanto são plenos desafios que te colocam à prova e que quando aceites e enfrentados permitem-te evoluir, permitem-te elevar o teu nível de consciência.

E desse modo entender que a vida não é algo que te acontece, a vida é sim, aquilo que tu és, em toda a sua plenitude, nada sendo excluído.

Por isso quando o desconforto surge, quando as dificuldades surgem, quando a tristeza e a dor surge, tu tens a escolha de o aceitar como sendo vida, como sendo algo que tu és, que faz parte de ti, mas que não te limita. Ou então podes escolher, rejeitar, escolher lutar com todas as tuas forças contra essas situações, que no entanto o resultado final será sempre a tua "derrota" perante aquilo que és. 

Resultando numa entrega quando não puderes mais e quando achares que não sabes mais o que fazer. Acontecendo depois dessa entrega, desse desistir do controlo, uma abertura da tua mente para ver o que sempre esteve visível para ti, mas que teimavas em não ver. 

O facto de tudo ser parte de ti, de tudo ser como deve de ser e por isso tudo é perfeito assim como é. Todas as tua perceções, todos os teus pensamentos, são passageiros, já a tua essência é permanente, é intemporal.

Deixando de rejeitar a vida como ela é, ela mostra-te quem és de verdade e o quão perfeita és, sendo como és. Experimenta.






1 comentário:

  1. Agradeço a informação !
    Ontem eu li este texto e cheguei ao fim , sem entender o porquê de "eu ser a vida".
    Então parei. Foi algo espontâneo , como que , se fica-se "apática",quieta , sem pensamento e a dúvida foi esclarecida .
    "Se eu sou tudo , então também sou a vida , pois esse tudo , engloba mesmo tudo e , a vida não poderia ficar "de fora", pois ela também faz parte desse tudo .
    Então eu ri muito , ri á gargalhada!!! Que bom , que alegria rir!
    Li num , dos seus textos , que devia confiar na minha essência e agora confio .
    Certas coisas , ainda não entendo , mas eu confio na minha essência .

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