quinta-feira, 11 de julho de 2013

Existe sofrimento, mas não há um sofredor


Enquanto humanos achamos que somos tão especiais, que somos o centro do universo, que tudo gira em torno daquilo que somos e é aqui que se originam todos os nossos problemas. É precisamente aqui a fonte de todo o sofrimento, de todas as angústias, tudo em defesa dessa ideia.

Em defesa desta ideia que temos sobre nós, essa estória que nos habituamos a acreditar sobre quem somos e sobre como as circunstâncias nos são adversas, como se fossemos vítimas de um complô universal para nos dificultar a vida e assim julgamos ter uma necessidade de construir barreiras que nos defendam dessa ameaça externa e no entanto quanto mais achamos que temos de nos defender mais ataques parecem existir contra nós.

A solução para isso passa por acordar, por despertar desse sonho de limitação, dessa ilusão,aparentemente sem fim.

Permita-se por um momento aceitar que a ideia que tem de si, de que é um corpo e uma mente pensante, que é conhecida por um nome próprio; que essa ideia é isso mesmo uma mera ideia, um mero pensamento, e nesse momento apenas observe tudo aquilo que brota desse lugar, sem fazer julgamento algum, sendo apenas uma presença, uma testemunha daquilo que surge.

Se o fizer verá que sim há sofrimento, há alegria, há tristeza, há um corpo, há movimento, tudo isso e muito mais existe, a única diferença é que não existe ninguém a quem essas coisas acontecem; esse alguém que julga acontecerem essas coisas é apenas um pensamento, não tem uma existência física, real na sua vida.

Se procurar por ela não a encontra, procure por essa pessoa a quem acha que tudo isso ocorre, veja se a encontra, olhe-se ao espelho e veja se a encontra.

Sim consegue ver um corpo, consegue ver as expressões desse corpo, as emoções surgem, manifestam-se, muitos pensamentos afloram na mente; muitas ideias, mas nenhuma delas é você, pois você é o espaço onde tudo isso ocorre, é o palco cénico dessa peça que se chama de vida a ser vivida.

E quanto mais consciente disso está verá que tudo é muito mais simples do que imaginava ser, que toda a complicação resultava dessa ideia de alguém a quem aconteciam todas as coisas, a alguém que pudesse sofrer, que pudesse ganhar ou perder.

Quando essa ideia é reconhecida como tal, tudo se desvanece, são quebradas as barreiras ilusórias criadas em redor da defesa dessa ideia de si e então deixa-se fluir com a vida, deixa-se diluir na vida, pois você é vida a manifestar-se de múltiplas formas, ilimitadamente.


1 comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...